
NIN.Werchter.2005.07.02
Nasceu o dia e uma só solução parecia fazer sentido. Sendo tão escassas as horas disponíveis para palmear tão grande metrópole, o city tour bus era a mais indicada alternativa. Entrámos a bordo, pois então.
Pigalle e o Moulin Rouge foram a primeira paragem. Da Nicole Kidman nem sinal, mas os turistas, esses eram mais que muitos. Máquinas fotográficas em punho, nada escapava a tão predadoras objectivas.
O Sacré-Coeur antes da Opéra. Les Grands Magasins e La Madeleine. O Louvre no horizonte.
Até Notre-Dame o roteiro foi pedestre. Tempo para reforço alimentar e para o relembrar das diferenças provocadas e proporcionadas pelo poder económico, quando por uma simples cola o ticket assinala 4,50€. Na catedral, tempo de reflexão, momento de pausa, o debate solitário de questões interiores.
O nosso meio de transporte do dia coloca-nos de novo no percurso da descoberta. La Concorde assinala o início dos Champs-Elysées. O Arc de Triomphe, memória dos feitos militares de Napoleão, ergue-se no topo de tão emblemática avenida. O Trocadéro é o último reduto antes do símbolo maior da cidade e da pátria.
Começa já a escassear o tempo cronológico e a piorar o tempo meteorológico. Subir ao alto dos seus incontáveis degraus fica concerteza para outras núpcias. Por agora degustamos unicamente a perspectiva visual. O instantâneo fotográfico projecta hoje o logótipo da falhada candidatura aos Jogos Olímpicos de 2012. Toda a cidade vive o acontecimento. Uma semana depois as lágrimas cairiam.
A partir deste momento Paris começa a fazer parte do passado. O que não quer dizer que morreu.
Como companheiro de viagem um entusiasmado JCVieira.
Estamos a 25 de Junho.
Rumo à estrada. O tempo é relativo.
Vila Real e Chaves os apeadeiros lusitanos. Espanha começa aqui.
Puebla de Sanabria torna-se porto de abrigo circunstancial. E ainda bem.
Pequena povoação inserida em fortaleza. Quantas histórias não guardará?
Galegos afáveis. A marca nacional ainda se faz notar.
A caminho de Burgos a nossa auto-caravana transforma-se em discoteca, escritório ou sala de jantar à medida das necessidades. A música é presença obrigatória para 2 audiófilos crónicos. O plano de viagem vai sendo delineado ao sabor das disposições.
Bilbao na manhã de 26. O almoço com vista sobre o Guggenheim. Sensação de privilégio.
San Sebastian. Irun. Biarritz na entrada de França.
Destino turístico; domingo de praia; trânsito óbvio.
Bordéus é a próxima estação.
Feira gastronómica vem mesmo a calhar.
O vinho da região faz as honras da casa e nós não nos fazemos rogados.
Gente nas ruas. Cidade em movimento. Mulheres bonitas.
Angoulême acorda-nos a 27. Em Poitiers baterias carregadas. A arquitectura típica francesa acompanha-nos. O Futuroscope de passagem. Paris vem aí!