NIN.Werchter.2005.07.02
2005-08-28
...Rock Werchter' 05. Nine Inch Nails
NIN.Werchter.2005.07.02
...Rock Werchter' 05 (Day 3)
...Rock Werchter' 05 (Day 2)
O dia acorda soalheiro. Tempo para expôr o recheio da humilde habitação. Colchões, sacos cama, toalhas, roupa e o que mais houver.
O cartaz musical inicia-se, por aqui, por volta das 11h30/12h, madrugada se compararmos aos hábitos lusitanos. A ementa do dia não revela pratos prometedores antes das 17h pelo que aproveitamos para uma sesta retemperadora.
Os The Kills são a primeira atracção da menos entusiasmante jornada. 2 elementos em palco, homem e mulher, trazem à memória os óbvios White Stripes. O som cai mais para o lado Raveonettes, com laivos de Jesus & Mary Chain. Espreitadela aos Garbage. Pop competente e sensualidade de Shirley Manson não são suficientes para me cativar por muito tempo. Velvet Revolver on stage. "Rock'n'Fuckin'Roll". Som Guns'n'Roses. Slash e Duff mantêm tiques de rock star. Scott Weiland, animal de palco conduzido por drogas, mais ou menos leves. Sem grandes consequências.
2005-08-21
Etapa # 4: Rock Werchter' 05 (Day 1)
A desistência do camarada Vieira foi provocada pela falta de prevenção para tamanho aguaceiro. O corpo gelado levou-o para a tenda à procura de um refúgio mais acolhedor. Puro engano. Saco cama, colchão e roupa completamente ensopados. O banco do carro serviu-lhe de cama por um dia. Eu tive mais sorte e os meus bens mantiveram-se à margem da intempérie. Por ali me mantive.
2005-08-15
Alvalade XXI. 2005.08.14 ..
Alvalade XXI. 2005.08.14 .
A PopMart juntou em 1997 o capitalismo com a cultura kitsch. O maior ecrã do mundo e um gigantesco limão transformado em nave espacial eram o expoente máximo da irónica grandiosidade de um marketing artificial. O ruído visual ainda reinava. A incompreensão apoderou-se de tal eloquência.
Uma ruptura com esta insanidade ou uma tentativa de regresso às origens, levaram a Elevation tour para recintos fechados. O concerto de estádio no seu formato indoor. O pseudo-intimismo era simulado pela ausência de céu aberto nas actuações. A simplicidade era falsa e aparente.
2005. Vertigo tour. O braço europeu tem o seu culminar em Portugal.
Lotação esgotada há meses. Expectativa reforçada pela ausência anterior. A componente política é mais forte do que nunca, resultado da intervenção social que vai sendo levada a cabo pelo líder da formação e que lhe valeram já a nomeação para o Nobel da paz. A proximidade entre público e banda acontece como não era possível no recinto que acolhera as 2 visitas anteriores. A ilusão de que de um pavilhão se trata é herança do Euro 2004.
Os hinos de sempre são mesclados com pinceladas dos rumos recentes. Do último “How to dismantle an atomic bomb” são sete as amostras. A base desta digressão é mantida, sempre com a sensação de estar a acontecer algo de mágico e único. A máquina U2 funciona. As novidades passam tão somente pela desconhecida faceta de percussionista demonstrada por quem normalmente comunica com a voz e pela demonstração de que são infundados os rumores que dão conta que essa mesma voz atingiu o prazo de validade, quando Luciano Pavarotti é substituído por um Bono tenor, na interpretação de Miss Sarajevo.
“Bad” continua na gaveta, assim como “All I want is you” e “Running to stand still”. “October”, “Zooropa” e “Pop” não são lembrados. No encore ressuscita a ZooTV. Para o final, a surpresa. Vertigo não teve, felizmente, direito a 2ª chamada, antes recaindo a opção num saudoso (e saudável!) “40”, com despedidas individuais e discretas, ficando o maior protagonismo para quem normalmente dele prescinde, o baterista Larry, último a abandonar o palco. Nos ouvidos uma mensagem ecoava. “How long to sing this song…”
Por uma vez uma multidão saiu satisfeita do Alvalade XXI...
2005-08-13
x.pr.mntl.soundz.of.a.gun
2005-08-12
Etapa # 3: a Valónia e a Flandres.
Era pois hora de conhecer um novo país. 28 de Junho de 2005. A saída de Paris não apontava destino definido. O decorrer da viagem indicaria o local de repouso. Mons ganhou a corrida, debaixo de tempestade. Chuva intensa. Calor abrasador.
Nesta pequena cidade as pedras parecem querer falar. Os edifícios estabelecem um diálogo entre si. As ruas são feitas à medida dos peões. Seguimos então a pé.
Almoço agradável na Grand Place da cidade. Gastronomia belga recomenda-se.
A tarde não nos iria levar muito longe. Bruxelas a dois passos. Werchter logo após.
A transição entre as regiões faz-se notar. As indicações começam a ser imperceptíveis. O francês deixou de ser opção. Os diálogos estabelecem-se agora em inglês.
Optámos por Leuven. Boa escolha.
Cidade universitária em período de férias, nem por isso deixa de ter o seu encanto. Um solitário passeio pelas ruas da cidade revela uma catedral encantadora, trabalhada em todos os seus pormenores.
Para o jantar estava reservada a surpresa. “O Fado” projecta-se aos nossos olhos. A língua de Camões voltava a fazer-se ouvir. O paladar luso era relembrado O Rui, alentejano de Aljustrel, fazia questão de não nos deixar esquecer o quão rico é o Vinho do Porto. O Luís, super dragão de Bruxelas, ás vezes vizinho do velho Estádio das Antas comparece à chamada, trazendo mais 2 amigos. O Rui não gosta de copos vazios. Nós esforçamo-nos por contrariá-lo. A noite está lançada.
O Brasil ganhou a taça das confederações. Mais importante, goleou os rivais de sempre, os vizinhos argentinos. Um aglomerado verde e amarelo vai animando a sala de visitas da cidade, a praça onde acabamos por permanecer.
A festa estava para durar, mas era nossa intenção deixar cedo o hotel na manhã que se avizinhava. Um bar de karaoke acabou de uma vez por todas com as pretensões. Teenagers made in China faziam valer os seus (poucos) créditos na interpretação de hits sub-18. Um grupo de belgas de Brugges fazia subir um pouco o nível. 2 alegres portugueses tomaram conta do palco. Apareceram os U2, os Pixies e os Pearl Jam. Até “the Voice” marcou presença. Amizades várias foram registadas. Até uma fã fez questão de partilhar o palco com tão ilustres visitantes.
Debaixo da luz do Sol, a porta do hotel abriu-se à mesma hora que era suposto fechar-se. Uma simples questão de perspectiva. O dia 30 prometia não ser fácil.
2005-08-09
Etapa # 2: 24 horas na cidade-luz.
O termómetro assinalava 38º ao mesmo tempo que a famosa torre se elevava perante os nossos olhos. Estamos a entar em Paris e a tarde de 27 chega ao seu final.
Nasceu o dia e uma só solução parecia fazer sentido. Sendo tão escassas as horas disponíveis para palmear tão grande metrópole, o city tour bus era a mais indicada alternativa. Entrámos a bordo, pois então.
Pigalle e o Moulin Rouge foram a primeira paragem. Da Nicole Kidman nem sinal, mas os turistas, esses eram mais que muitos. Máquinas fotográficas em punho, nada escapava a tão predadoras objectivas.
O Sacré-Coeur antes da Opéra. Les Grands Magasins e La Madeleine. O Louvre no horizonte.
Até Notre-Dame o roteiro foi pedestre. Tempo para reforço alimentar e para o relembrar das diferenças provocadas e proporcionadas pelo poder económico, quando por uma simples cola o ticket assinala 4,50€. Na catedral, tempo de reflexão, momento de pausa, o debate solitário de questões interiores.
O nosso meio de transporte do dia coloca-nos de novo no percurso da descoberta. La Concorde assinala o início dos Champs-Elysées. O Arc de Triomphe, memória dos feitos militares de Napoleão, ergue-se no topo de tão emblemática avenida. O Trocadéro é o último reduto antes do símbolo maior da cidade e da pátria.
Começa já a escassear o tempo cronológico e a piorar o tempo meteorológico. Subir ao alto dos seus incontáveis degraus fica concerteza para outras núpcias. Por agora degustamos unicamente a perspectiva visual. O instantâneo fotográfico projecta hoje o logótipo da falhada candidatura aos Jogos Olímpicos de 2012. Toda a cidade vive o acontecimento. Uma semana depois as lágrimas cairiam.
A partir deste momento Paris começa a fazer parte do passado. O que não quer dizer que morreu.
2005-08-06
Etapa # 1: on the road to Paris.
Como companheiro de viagem um entusiasmado JCVieira.
Estamos a 25 de Junho.
Rumo à estrada. O tempo é relativo.
Vila Real e Chaves os apeadeiros lusitanos. Espanha começa aqui.
Puebla de Sanabria torna-se porto de abrigo circunstancial. E ainda bem.
Pequena povoação inserida em fortaleza. Quantas histórias não guardará?
Galegos afáveis. A marca nacional ainda se faz notar.
A caminho de Burgos a nossa auto-caravana transforma-se em discoteca, escritório ou sala de jantar à medida das necessidades. A música é presença obrigatória para 2 audiófilos crónicos. O plano de viagem vai sendo delineado ao sabor das disposições.
Bilbao na manhã de 26. O almoço com vista sobre o Guggenheim. Sensação de privilégio.
San Sebastian. Irun. Biarritz na entrada de França.
Destino turístico; domingo de praia; trânsito óbvio.
Bordéus é a próxima estação.
Feira gastronómica vem mesmo a calhar.
O vinho da região faz as honras da casa e nós não nos fazemos rogados.
Gente nas ruas. Cidade em movimento. Mulheres bonitas.
Angoulême acorda-nos a 27. Em Poitiers baterias carregadas. A arquitectura típica francesa acompanha-nos. O Futuroscope de passagem. Paris vem aí!
Prólogo.
Esse monstro social e cultural. Essa manta de retalhos repleta de história. Esse fascinio imenso.
Um inter-rail sistematicamente adiado, algo que ficou por cumprir.
Os dias são agora outros. As expectativas e ambições vão sendo alteradas pelo destino.
Um filme fez despertar uma vontade. Os "diarios de la motocicleta" recuperam o desejo de uma viagem de rumo errático. Um concerto no coração da Europa pode ser um bom pretexto para simular, na versão 2005, um imaginario que havia já hibernado sem hora marcada para acordar.
A viagem é feita de carro. A palavra moturista existe?
Um bom tópico para desbravar caminho...
2005-08-04
Bom dia!
gostei do mote.
o bichinho já cá andava, prontinho para sair.
sai hoje à rua pela primeira vez.
virgem. imberbe. puro.