2005-09-30

Já está...

...e não dá para voltar atrás. Está feito. Bem ou mal? O futuro responderá.

2005-09-29

Etapa # 7: os Pirinéus, no caminho de casa.

Quase três meses depois o flash-back termina com estas linhas.
Foi bom trazer à memória estas recordações e partilhá-las com tão singular imensidão silenciosa. O diário de bordo foi uma cábula preciosa no avivar de pormenores valiosos.
...e o calendário a relembrar que tanto falta ainda para nova aventura...

A Côte d'Azur está nesta viagem como o jornal do dia no pequeno almoço: olhadela rápida, uns títulos na retina, algo que fica, sem ser aprofundado.
De Toulon pouco há a dizer a não ser que em nada me cativou.
Cassis, 2ª paragem. Vila pitoresca, acolhedora e turística. A Cascais de França.
Marselha, capital do sul, o grande porto gaulês do Mediterrâneo. Jantar em esplanada do Port Vieux, zona central da cidade, camarote VIP para o campeonato mundial de petanca que aqui decorria.

Nova alteração de rota, à medida que Espanha se aproxima. Barcelona é demasiadamente cativante e importante para ser visitada de relance. Merece, com certeza, visita futura, por isso deixa de fazer parte da rota. Destino: Andorra.
Com a subida dos Pirinéus as condições meteorológicas pioram sobremaneira. Rochedos recortados e o verde da paisagem dominam o que os olhos alcançam. Nuvens carregadas escondem o topo das montanhas. Estamos quase a 3.000 metros de altitude. O ordenamento das habitações é rigoroso no principado, para não ferir a beleza paisagística.



Chegada a Saragoça no início da madrugada de 09 de Julho, data querida para o meu companheiro de viagem, no mais longo dia de aniversário que a sua história já conheceu, um dia de 25 horas, aproveitando a diferença horária para Portugal.
O rio Ebro dá vida a uma cidade pouco mediatizada, mas cujas riquezas serão certamente mais divulgadas quando, em 2008, acolher exposição mundial idêntica à que alterou a face de Lisboa em 1998.
A aridez da paisagem no caminho de Madrid, vai dando lugar ao verde à medida que nos distanciamos da capital espanhola, a caminho de Bragança, porta escolhida para a reentrada em Portugal.
22h30, os ares são (muito) mais familiares.
Home, sweet home.

Etapa # 6: os Ferreira de Lyon.

Lyon, 2ª cidade de França (em permanente disputa com a portuária Marselha), acolhe-nos ao fim da tarde de 05 de Julho. A família Ferreira será aqui nossa anfitriã.
Rendez-vous no Stade Gerland, casa do Olympique Lyonnais, saudável memória recente na caminhada dragoniana rumo ao título de Gelsenkirchen.
Boa recepção, cama, mesa e roupa lavada, fazem-nos sentir como em casa.
O passeio nocturno pelo centro da urbe é guiado pelos olhos de quem bem a conhece. Cidade das luzes, como Paris, oferece imagens esplêndidas.


Os Ferreira, clã materno do camarada Vieira, têm um filho a viver em Genéve, na Suiça. Para lá nos dirigimos. Mais uma fronteira rompida.
Numa viagem como esta, as emoções estão sempre ao rubro. Entusiasmo, adrenalina, novas experiências, intensidade, descoberta. Esta constante atenção quase impede a existência de momentos de reflexão. A transposição dos Alpes permite uma momentânea ausência de concentração, pois o volante está noutras mãos desta vez. O momento é interior.

O sr. Ferreira, qual guia turístico conhecedor dos 4 cantos do mundo, conduz-nos a pé pelas artérias de Genebra. As grandes marcas de relógios, de roupa e de acessórios de moda, bem como os principais bancos mundiais, estão aqui representados, bem de frente para o lago Léman. A cidade é pequena mas agradável. O jantar é preparado a meias entre mãos portuguesas e el-salvadorenhas. Um pastis de Marseille a abrir; um Côte-de-Rhone a fechar. Com esta vida posso eu bem.

O último round em Lyon dá-se na manhã de 07, entre a Notre Dame de Fouvieres e o anfiteatro romano local. Uma vista panorâmica da cidade e a despedida de tão bons anfitriões. Segue-se a Côte d'Azur, já no caminho de regresso.

2005-09-26

Para estes já cá cantam os free-passes...

Sigur Rós. 20 Novembro 2005. Coliseu dos Recreios. Lisboa
dEUS. 06 Dezembro 2005. Casa da Música. Porto
Depeche Mode. 08 Fevereiro 2006. Pavilhão Atlântico. Lisboa

2005-09-22

...onde se fala do 9 de Outubro, das obras, da paralização do blog e do que o Manuel de Oliveira tem a ver com isto. E ainda há uma viagem por acabar

Inaugurações ou falta delas. Obras e buracos. A tradição perdida a que alude o jc. Autárquicas. 9 de Outubro. Muita festa. Políticos e empreiteiros num corre-corre. Máquinas em movimento (partidárias e da construção civil).
A(s) água(s) na ordem do dia. E o saneamento. Uma conduta partida e o povo a seco até à hora da janta.
As linhas telefónicas também sucumbiram. O telefone não faz falta. Morreu com o advento do telemóvel. A linha serve apenas para nos ligar à "cibéria". Sem linhas não há blogue que resista. Felizmente a última vez promoveu o Takk. Fica(va) tão bem no topo da página!
O problema está resolvido. A campanha vai começar. As obras vão acabar. A festa vai continuar. Até 9 de Outubro. Está a chegar. Feliz ideia de nos darem Presidenciais a seguir! E o Manuel de Oliveira como mandatário da juventude do pai do ex-presidente da câmara da capital. Ou não.
Entretanto vou prolongando a estadia em Lyon. A viagem decorreu à velocidade do TGV. O relato segue o ritmo da chegada do mesmo à nossa terra.
...e a ilha continua um pandemónio.

2005-09-13

Obrigado (em islandês...)

Sigur Ros. Takk. 2005
Intenso. Vibrante. Arrebatador.

Rotação máxima.


Nine Inch Nails. With Teeth. 2005

Queens of the Stone Age. Songs for the Deaf. 2002

The Arcade Fire. Funeral. 2004

2005-09-04

Etapa # 5: Au revoir Belgique!

Bruxelas. 3ª região da Bélgica, elo apaziguador e unificador onde coexistem o neerlandês e o francês em sã convivência.
Bruxelas. Centro institucional da Europa, para o bem e para o mal enclausurada entre Paris, Londres e Berlim.
Bruxelas. Plataforma giratória, local de passagem.
Percebe-se com isto que não haja uma identidade vincada na capital, a meio caminho entre a metrópole autoritária e a pequena cidade voltada ao turismo, sem nunca conseguir ser alguma delas.
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O característico orvalho e um cinzento e nublado céu acolheram-nos, como que a demonstrar que há tradições que ainda se vão mantendo.
O Atomium, monumento de referência, marco da exposição universal que aqui teve lugar em 1954, é o 1º ponto de paragem na cidade. Inserido em pleno Brupark, perde impacto devido às obras em curso no local. Zona envolvente não esconde a idade que tem e as obras serão a lavagem de cara necessária. O Estádio Rei Balduíno, antigo Heysel Park, traz à memória um célebre Liverpool-Juventus, a mais negra final de uma taça dos Campeões, que aconteceu há já 20 anos. A Mini-Europe transporta para o imaginário europeu o conceito Portugal dos Pequenitos. Escassez de tempo faz adiar a visita para um futuro de horizonte indefinido.
A Grand Place é a sala de visitas da cidade. Imponência e majestade.
O sol espreita tímido. Pesquisa local revela restaurantes gregos como a melhor opção para o almoço. Paredes decoradas pela sua recente grande alegria, nossa marcada desilusão, o Euro 2004.
A partida é marcada pela ausência de uma referência de vulto. O Manneken-Pis, famosa estátua do menino que, inocentemente, segura o instrumento revelador da sua masculinidade, símbolo de sorte e fortuna é, no entanto, bem recordado nos souvenirs que nos acompanham.
Antuérpia era, à partida, o destino seguinte. Uma cidade que vários relatos dão como a mais interessante da Bélgica, fica amargamente de fora da visita a este país, pois implicaria demorada escapadela ao norte do país, destino inverso ao que a viagem impõe.
O Luxemburgo afinal não é tão curto como consta e revela até paisagens e monumentos de grande agrado visual. O parque automóvel do grão-ducado recorda que estamos num território de grande poder económico. Este elevado nível de vida á cartão de visita bem transmitido para Portugal, como confirmamos pelos diversos sinais de que a portugalidade está aqui presente em grande escala.
A visita é curta mas agradável. O próximo passo será dado em Lyon. A França, de novo.

...Rock Werchter' 05 (Day 4)

03.Julho.2005
Último dia de festival. As anteriores tardes de sol valeram um escaldão. Decidimos arrumar as trouxas e abalar para Bruxelas logo que os R.E.M. o permitam. Tenda desfeita, quais sem abrigo, refugiamo-nos à sombra de uma esplanada a meio caminho do recinto, onde um animado grupo de holandeses ia fazendo a festa.
A entrada no recinto dá-se a meio da tarde, ainda os Keane se faziam ouvir. Para trás haviam já ficado, entre outros nomes, o dos Flogging Molly (recordistas de t-shirts ao longo dos últimos dias) e o dos Arsenal, 2 momentos que concerteza teriam merecido atenção. Boa hora para enfrentar a fila da ATM e estabelecer contactos com anónimas e circunstanciais companhias.
Os Soulwax jogavam em casa e não se deixaram surpreender. Ao lado iam levantando voo os Eagles of Death Metal. Power-rock puro e duro a antecipar, e bem, a chegada dos manos mais velhos, que se preparavam para tomar conta do palco principal.
Queens of the Stone Age. Grande performance. Boa adesão. Máquina bem oleada. Paredes de Coura iria ter oportunidade de o testemunhar.
A actuação dos Zita Swoon prometia e cumpria, mas o cansaço de 4 dias de rock transformava a relva do recinto num confortável e gigantesco sofá, partilhado por muitos milhares.
Eis que chega Dave Grohl. Sozinho faria a festa, mas a audiência faz questão de participar. Os Foo Fighters, versão live, são uma grande banda! Mais uma para o top five. Mais uma a correr para Paredes de Coura.
A banda que mais vezes tocou em Werchter é a escolhida para encerrar o festival, 20 anos passsados desde a 1ª presença, quando partilharam palco com os Ramones. A eles dedicam "Around the Sun". Os R.E.M. trazem os hits na bagagem. "Orange Crush", "The One I Love", "What's the Frequency Kenneth?", "Electrolite" e "Everybody Hurts" com coro de milhares de vozes. Para mim, tocaram "Drive". Componente forte na parte visual. Imagens exclusivas nos ecrãs laterais. Actuação intensa e sentida.
Se a banda sonora de entrada no festival foi "Love Will Tear Us Apart", para a despedida não fica nada mal "Losing my Religion". Adeus Werchter.