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Véspera do referendo sobre o aborto, dia ideal para e exultação do(s) NIN…
Cumpre-se 1 ano desde as lusas visitas, quase em simultâneo, dos Depeche Mode e dos Bauhaus. Compila-se, desta vez num só nome, a força de um rock poderoso feito de electrónica com a agressividade negra do punk gótico.
Os Nine Inch Nails congregam à sua volta uma série de tendências do rock. O que as une, para além do culto, é a cor. O preto instalou-se no Coliseu.
As negras t-shirts ou as camisas de látex misturavam-se com os longos casacos de camurça. Piercings, botas DocMartens ou vistosas meias de rede eram adereço obrigatório no sexo feminino.
Cenário montado para a mais aguardada estreia em palcos nacionais dos últimos anos.
Quanto a uma coisa havia consenso: a expectativa estava nos píncaros, porque com Trent Reznor, mediocridade é palavra sem sentido.
E foi em clima de ansiedade que os fãs receberam a banda.
Som poderoso (“Mr. Self Destruct” a abrir), introspecção marcada (“Something I Can Never Have”), vozes em uníssono (“Closer”). A intensidade era crescente. As 5 músicas finais foram o culminar perfeito desta espiral. “Only” é uma pista de dança. “Hurt” é um quarto escuro. “Head like a hole”, o libertar da raiva.
Abandonaram o palco ao fim de pouco mais de uma hora. Pouco. Muito pouco.
Faltou um encore. Faltou o “Dead Souls”. Faltou a própria superação. Faltou algo de especial que fizesse exceder as expectativas.
Sim, o público português está a tornar-se muito exigente.
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