2007-07-09

SBSR'07

Arcade Fire - No Cars Go



LCD Soundsystem - Us & Them



Interpol - Slow Hands

2007-07-08

SBSR'07


Klaxons
Ainda antes de chegar ao recinto, a 1ª desilusão: já não ia chegar a tempo de ver os britânicos. Depois da Casa da Música, em Junho, esta é a 2ª vez que se me escapam…

Magic Numbers
Demasiado insosos para o repasto que se seguiria.

Bloc Party
Estão a perder o comboio. Depois de o 2º álbum ter desiludido, agora são as actuações ao vivo que não conseguem agarrar o público. Começa a ganhar força a expressão “flop party”…

Arcade Fire
A celebração estava prestes a iniciar-se. Cortinas de veludo vermelho, órgãos de tubos, caixas com gigantescos algarismos que serviriam de telas de projecção, um estenderete de teclados, percussões, violinos, instrumentos de sopro ou acordeões, crianças a pregar no português de uma qualquer seita do Brasil, assim se fazia o cenário dos canadianos. Em palco, 10 (!!!!!) músicos fazem a festa. E se é o pastor deste rebanho, Win Butler, que canta, é a sua esposa, Régine Chassagne, no seu vestido de cetim azul, que encanta, seja na voz, nas teclas, na bateria, ou onde mais for necessário.
As composições são, de si, épicas, mas, com tamanho coro, mais grandiosas se tornam. Para completar o ramalhete, só mesmo a chuva que surgiu por divina intervenção.
Concerto do ano?

Clap Your Hands Say Yeah
Folk e country combinados com indie-rock, definição de CYHSY. O palco era demasiado grande para os americanos. Um mais aconchegante palco secundário não lhes faria pior.

The Rapture
2ª desilusão. Concerto cancelado.

Maximo Park
Se não existissem os Franz Ferdinand ou os Kaiser Chiefs, estes britânicos poderiam soar a novidade. Não me deixam saudade.

Jesus & Mary Chain
Por falar em saudade… A nostalgia a marcar presença no SBSR. O culto permanece.

LCD Soundsystem
James Murphy é o verdadeiro artista. O autor do melhor álbum da 1ª metade do ano, transporta toda a energia do disco para o palco. Electrónica tornada rock, com um perfeccionismo raro, que não deixa ninguém indiferente. Em entrevista dizia que não fazia música de dança, mas os milhares de corpos presentes não pararam de mexer. E ainda deu tempo para chamar Frank Sinatra ao palco… Concerto do ano?

X-Wife
Só vi a parte final, mas ficou água no bico…

The Gossip
O recinto estava mais composto que nos dias anteriores. A responsável por este despertar madrugador foi Beth Ditto, a diva dos Gossip. Na sua sensualidade de quase 200 kg foi debitando o seu soul-punk a um ritmo frenético. Um caso sério para o futuro. Não demoram a regressar para um espectáculo mais de acordo com o culto que já vão gerando.

TV on the Radio
Rock adulto em território indie. Merecem melhor atenção.

Scissor Sisters
No meu dicionário significa 2 hamburgers de frango e uma super bock.

Interpol
Maior enchente destes três dias. Sentia-se a ansiedade e a adrenalina para a estreia dos nova-iorquinos em Portugal. Um Paul Banks com look grunge comandava uma orquestra vestida a rigor. Ritmos densos e cinzentos tomaram conta das mais de 20.000 almas presentes. Por aqui não se fala em flops. Pelo contrário. Serão grandes. Concerto do ano?

Underworld
Mega rave a encerrar o melhor cartaz indie de sempre no nosso país. O auge atingido com o inevitável “Born Slippy”, o “Smells Like Teen Spirit” da electrónica dos 90. Excelente recordação.

2007-07-03

SBSR


Ter 18 anos em 1995 não é o mesmo que ter 18 anos em 2007.
Antes de haver telemóveis, internet, messanger, blogs, mp3 e hi5, já o mundo girava.
Se calhar não à mesma velocidade, mas girava.
A informação não vinha ter connosco, antes nós a tínhamos que procurar.
A globalização era ainda uma criança, e só a televisão nos mostrava, timidamente, que havia muito para ver.

Ir a um festival de rock em 1995 não é o mesmo que ir a um festival de rock em 2007.
Quanto mais não seja porque não havia festivais rock em 1995! O.K., o 1º Paredes de Coura é de 1993, mas o cabeça de cartaz eram os Ecos da Cave…
Em 1995 contavam-se pelos dedos de uma mão os nomes estrangeiros que pisavam o nosso país para dar um concerto. E essas excepções eram verdadeiros acontecimentos, de tão raros!
E, se agora, as bandas internacionais se atropelam nas agendas dos empresários, nesse ano as 3 promotoras nacionais (tournée, ritmos & blues e música no coração) uniam esforços para fazer história! Sintomático.

Para os nossos pais, festival rock significava Woodstock (ou a versão portuguesa, Vilar de Mouros). Por aí, pelos excessos relatados, pelas histórias bem ou mal contadas, não era fácil ter autorização paternal para marcar presença em tão importante festividade. Sim, nessa altura o filho de 18 anos ainda pedia autorização aos pais. Outro século!

Contudo, em 8 e 9 de Julho lá estava eu, com o Pipe, o Rui e o Filipe Bessa, e mais tarde na companhia do Nuno, da Sara, da Sónia, e de uma excursão organizada pelo saudoso Cascos, a servirmos de cobaias ao SBSR.
Para a história ficaram as actuações dos Young Gods no 1º dia e a fantástica sequência Morphine / Therapy? / Faith no More / The Cure no 2º. Para a história ficou a celebração de Youssou N´Dour, qual pastor a comandar um rebanho, que conseguiu a cumplicidade de toda uma multidão. Para a história ficou o calor unicamente suportado por cerveja a 200$. Para a história ficaram os chuveiros milagrosos que ora nos refrescavam ora transformavam as nossas super-bock em sagres (:D !!!!). Para a (nossa) história ficou o Filipe na enfermaria durante os Cure, porque os Faith no More tinham incendiado o público. Para a (nossa) história ficaram as baldas aos encores dos Jesus e dos Cure para fugir ao trânsito. Para a (nossa) história ficou o Punto do Rui, com a buzina a avariar às 2 da manhã em pleno bairro residencial. Para a (nossa) história ficou a Bobadela e os passeios de barco no Tejo.
Para a história, nossa e não só, o Super Rock sobreviveu.

2007-07-01

Os tons coloridos do cinzento

Ao 1º álbum, em 2002, os Interpol soavam a Joy Division.
Ao 1º álbum, em 2005, os Editors soavam a Interpol.


Interpol - The Heinrich Maneuver


Em 2007, os Interpol trazem-nos o seu 3º disco. E soam a Editors.
Em 2007, os Editors mostram-nos a sua 2ª obra. E lembram os Coldplay. Com um Stuart Staples na voz, vá lá.


Editors - Smokers Outside The Hospital Doors

É mau?
Ao 3º disco, já os Joy Division se chamavam New Order...