Vilar de Mouros

E com as 35 velas se apagam 10 desde a minha 1ª visita ao Woodstock Português. Não tinha já, nessa altura, a aura dos originais, mas mantinha um posicionamento de risco face à inexistência de uma cultura de festival no nosso país. Recordo que, um ano antes, teve lugar a 1ª edição do SBSR, para cuja organização se juntaram as 3 grandes promotoras portuguesas à época. Sintomático.
Aí se mostraram os Young Gods, os Madredeus ou os (decadentes) Stone Roses, numa edição pouco industrializada, onde ainda se podia lanchar na tasquinha da aldeia ou fazer as compras de forma tradicional no supermercado local. Memórias.

Os 35 Euros por 35 bandas dão uma média de cálculo fácil. Porém há ainda bandas que saem caro. É o caso dos M.A.U., notados por uma recente campanha publicitária, que, com uma atitude arrogante e displicente, fazem jus ao nome que ostentam, .
Já os Datsuns se demarcam desta hiper-valorização. São os AC-DC com reciclagem neo-zelandesa para este início de século. Fazem barulho mas fazem-no bem.
Com os Táxi, a pop da invicta dos anos 80, do mesmo berço dos GNR ou dos BAN. Despem a gravata para pegarem nas guitarras. Trazem consigo a Rosete. Uns quarentões satisfeitos.
Os Stooges são Iggy Pop e mais 10. Ou mais 4, no caso. Ligaram a iguana á corrente e ainda não conseguiram tirar a ficha. Numa enciclopédia, onde diz “concerto rock” deveria ter um vídeo deste fulano, senhor dos seus 58 anos. Pena que os temas da carreira a solo não tenham sido abordados…
Tricky confirmou que os melhores anos já lá vão. A qualidade musical não se perdeu, mas a gestão e orientação da carreira tem deixado a desejar. O som não ajudou, e tocar depois do furacão que tinha passado, também não.
Em 2007 há mais. Os Beach Boys estão a caminho.

Paços Rock

9 anos após a 1ª encarnação, alguns resistentes vão mantendo de pé o seu manifesto de intenções.

Este fim de semana, enquanto os Half Baked comemoravam o seu 10º aniversário, com os Loose Ends à boleia, em Penafiel, no Bar do Lago, os The Zoeys mostravam as suas mais recentes roupagens.

Para muitos, no entanto, qualquer semelhança entre estes protagonistas e outros como Funny People, Black Angels ou Zöe, só poderá mesmo ser encarada como pura coincidência...

10 anos

Os Funny People cresceram (ou não!) e mutaram para Half Baked.
Comemoram a 1ª década com uma festa na terra natal.
Sábado o rumo é Eiriz, ao menos para o Porco no Espeto... :)

Coliseu do Porto, 2006.07.10

Trip-Hop escreve-se com guitarra, baixo, teclas... e 2 baterias!
O Porto assitiu à revisão de Mezzanine, 8 anos após ter sido dado a conhecer ao mundo.
Os bónus "Unfinished Sympathy", "Safe from Harm" e "Karmacoma", foram bombons bem recebidos enquanto se degustava a iguaria principal.
O ruidoso e prolongado final de "Group Four" foi a cereja no topo deste bolo, já de si apetitoso q.b..
E o que fica é que, afinal, os Massive Attack são uma banda (Trip)Rock.

Obrigado Luís Figo!

127 jogos depois, Luís Figo deixa a Selecção Nacional.

O mais brilhante (e último) representante de toda uma geração futebolística demonstrou até ao fim o porquê de todos os títulos, de todos os prémios, de toda a atenção.

Presença em 2 campeonatos do Mundo e 3 campeonatos da Europa, melhor jogador do Mundo e da Europa (em 2000), vencedor da Liga dos Campeões, Taça das Taças, Supertaça Europeia e Taça Intercontinental, campeão do Mundo de sub-20, capitão da selecção Portuguesa e dos 2 maiores clubes do mundo (Real Madrid e Barcelona), assumindo plano de destaque em todos estes momentos.

Um jogador que, a mim particularmente, me impressiona, não só pela qualidade do seu futebol, mas também pela entrega, pela determinação, pela ambição, pela dedicação, características tantas vezes alheias a quem tem a arte nos pés.

Exemplar, penso que é a palavra mais correcta para descrevê-lo.

Deu-nos muito ao longo destes anos, chegou a hora de retribuir.

Da minha parte, obrigado Luís Figo!

Gelsenkirchen

Esta é a imagem de fundo do meu computador.

Aquilo que traduz não precisa de grandes legendas.

A nome da cidade entrou, definitivamente, no nosso vocabulário.

A Arena AufShalke é um estádio talismã.

O slogan escolhido pelos SuperDragões para a coreografia de 26 de Maio de 2004 ficava a dever-se a uma frase proferida, 1 ano antes, por José Mourinho, ao erguer a Taça UEFA: "Digam inesquecível, não digam irrepetível."

Nessa tarde cumpria-se mais uma das suas profecias.

Ricardo, o guardião sem luvas da batalha inglesa do Euro'2004, possivelmente o mais intenso desafio da história da selecção nacional de futebol, recuperou, com actos, essas palavras.

Na tarde de sábado foi, de novo, o herói!