2011-03-22

post scriptum [que não é prudente o uso de abreviaturas nos tempos que correm]

a divagação anterior teve a sua génese aqui.
porque mesmo nas nossas fraquezas podemos encontrar pontos de contacto com os experts.

Trivial Pursuit


Tal como Peter Griffin, também eu sou um génio dos "board games" [isto dito assim, em inglês, não faz lembrar tascas e mesas de jardim com velhos à volta a jogar damas ou dominó; agora experimentem "jogos de tabuleiro".]
E, de entre eles [os jogos, não os velhos], o Trivial Pursuit irá ocupar sempre um lugar especial. Nem que seja naquela prateleira do sótão, por baixo do livro de leituras da 3ª classe e ao lado da caixa das primeiras Adidas Copa Mundial, que sempre fizemos questão de guardar e onde, "curiosamente", escondíamos a afamada revista Gina.
Ora, o jogo, como todos sabem, foi inventado em 1979 no Canadá [o que não interessa muito para o caso, mas dá sempre aquele ar cultural à coisa, que é algo que este texto precisa, sobretudo depois da incursão futebolístico-erótica do parágrafo anterior] e o objectivo fundamental é coleccionar queijos coloridos [e por aqui se vê a importância sociológica deste fenómeno].
Mas estes queijos não têm cores aleatórias ou personalizadas, como qualquer rolo de papel higiénico que se preze. Não! Estas cores obedecem a um critério!

Eu sempre estive à vontade com o azul e desenrascava-me com facilidade no amarelo; não gostava muito do verde, mas podia fazer equipa com o "little-brother" [o "little" era a brincar...] e o assunto estava arrumado; o laranja era, como para qualquer "gajo" que se digne desse nome, uma brincadeira de meninos; o rosa, a minha vaidade pessoal [sim, sei que isto soa um bocado abichanado, mas as camisolas do Palermo também e elas continuam a gostar de italianos como antes], que não havia pergunta de cinema ou de música que eu não quisesse responder antes dos outros.
E havia o castanho... E no castanho eu mantinha aquele ar pretencioso de quem quer continuar a impressionar enquanto, silenciosamente, fazia figas para sair uma questão tão fácil que não me sobrassem dúvidas ou tão difícil que ninguém soubesse e não parecesse mal eu errar.
Eu e a minha fraqueza cultural: a literatura*. [Shame on me!]

* : eu sei quem escreveu o Principezinho, posso debitar mais que um título do Mark Twain e dizer que o Pablo Neruda era chileno. Até sei que o Ernest Hemingway não era o ponta de lança do Queens Park Rangers. Mas não me peçam para dizer em que clube é que ele jogava.