E, de uma assentada, surgem esta semana 2 dos (meus) 3 álbuns mais aguardados do ano. Em comum têm o facto de emergirem das ilhas britânicas, tal como o que ainda há-de vir (se é que vem, que, a avaliar pelo que esperamos pelo disco anterior, poucos têm tão pouca pressa como os Portishead).
Todos eles, cada qual à sua imagem, são figuras iconográficas e incontornáveis do pop-rock das últimas 2 décadas. Todos eles, cada qual com o seu culto, se mantêm, sem danos de qualquer espécie, no limbo entre o alternativo e o mainstream. Todos eles, cada qual com a sua forma de estar, geram expectativas díspares, sendo tantos os que esperam o momento em que finalmente se vão espalhar ao comprido, como os que (como eu) confiam que qualquer variação ou mudança de direcção destes significará o caminho a seguir para muitos milhares de indie-rockers e indie-poppers que se queiram afirmar nos myspaces e i-tunes deste mundo.
E é nesta forma de gerir a expectativa alheia que todos eles, cada qual com a sua estratégia, têm sido mestres. Qualquer um deles atingiu o topo em meados dos 90 ("Dummy" é de 1994; "To Bring You My Love" é de 1995"; "OK Computer" é de 1997). Qualquer um deles soube aproveitar essa exposição mediática momentânea para se afirmar definitivamente, usando o mediatismo a seu favor - e foram tantos os que com idêntico sucesso comercial se renderam aos encantos do facilitismo pop das rádios fm.
E hoje é vê-los a todos a esquivarem-se às "regras" da pop.
Uns deixam fugir o momento em que o som que os próprios construíram conquistava os air-plays e demoram 11 anos a pôr na rua um disco que se anunciava catastrófico. E vêm a público exclamar que o próximo disco já aí vem, e que vem sem truques.
Outros anunciam à 2ª feira que sábado têm um novo disco no ar, e o mundo da música espanta-se como foi possível manter tal secretismo no apogeu da internet e da informação conferida ao segundo, esquecendo que esses mesmos tinham causado um terramoto no mundo discográfico quando, no disco anterior, disponibilizaram a música de forma gratuita, deixando à decisão do consumidor o preço a pagar por ela.
A outra reinventa-se a cada entrada em estúdio, pousa as guitarras, agarra-se ás canções pop, dispensa colaborações, atira-se ao piano, dedica-se ao canto, agarra as guitarras, faz o que lhe apetece. E faz bem.
2 comentários:
Olá agradável este blog está bem organizado.........Boa pinta :/
Adorei faz mais posts deste modo !
Obrigado caro Anónimo!
Volta sempre! :)
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